quarta-feira, 31 de julho de 2013

Plantão 022 - Ah o amor...

03h55 - Plantão tranquilo. Deus tem me ouvido e tem me mandado calmos plantões.

Não que a criminalidade esteja diminuindo (como afirmam), masssss ... vamos pensar como um bandido: pra quê eu vou cometer um crime durante a madrugada se "posso" fazê-lo a qualquer hora do dia? Afinal de contas a madrugada foi feita pra dormir, neh?!

Mas vamos ao que realmente interessa. E o que interessa é? O amor, claro. É ele que faz você receber e mandar flores. Dar perfumes, jóias, roupas...

Porém, sempre há os que pensam diferente e são essas pessoas que fazem a diferença.

Por volta das 2h da madrugada, a polícia foi acionada ao bairro de Jaguaribe, na capital paraibana. A ocorrência era "disparos de arma de fogo". Na verdade, todo estampido que se ouça na madruga é tratado como 'disparo de arma de fogo'.

A polícia foi até o local:
- Estamos no local e nada constatado. - Dizia o policial pelo rádio da polícia.

Cerca de quinze minutos depois a mesma ocorrência e a mesma viatura foi acionada.
- Estamos aqui mais uma vez e nada constatado. QSL? - Perguntava o PM sobre o entendimento da informação pela Central.

Por precaução a viatura se colocou em rua próxima e se posicionou de forma que pudesse surpreender o possível 'atirador'. Não deu outra, os tais disparos aconteceram, a viatura foi ao local e conseguiu prender um rapaz. Para curiosidade dos policiais, o 'meliante', não portava nenhuma arma, mas bombas. Isso mesmo: bombas, dessas de São João.

Ao ser questionado o porquê de tal ato, o rapaz, que é professor, relatou que sua esposa o deixou e para chamar a atenção dela ele foi até a frente da casa da mesma e começou a soltar bombas.

A dona do coração do 'homem-bomba' foi chamada e ao ver que se tratava do seu ex-marido só não o chamou de santo. Afirmou e reafirmou que não voltaria para o professor abandonado, fechou a porta e foi tentar dormir. Duvido que tenha conseguido.

O 'homem-bomba', que chorava incessantemente, implorava pelo amor da sua amada sonolenta, mas não foi atendido. Ele foi levado para a delegacia acusado de Perturbação do Sossêgo Alheio.

Ah o amor... cada um o expressa da forma que acha correto. Uns mais tranquilos, calmos e serenos, outros mais explosivos.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

No ônibus...

Putz! Sete horas. Se eu perder o de sete e quinze ferrou.

Pronto. Tô na parada. Será que fechei o gás?! Ah dane-se! Se pegar fogo eu não vou tá lá mesmo.

As mesmas caras todos os dias: o cara com o jornal embaixo do braço; a mulher do cigarro, que sempre o joga fora quando o ônibus se aproxima. Tem os dentes frontais estragados pela nicotina; A corôa do perfume forte. Meu Deus, como que um cristão põe uma lavanda dessas a esta hora da manhã. É de dar vontade de vomitar até em quem tá em jejum. Mas também há os 'sem perfume' e os 'sem banho' e os que estão sem os dois.

Olhos sujos. Uma minoria na verdade. Mas também há aqueles de óculos escuros e são maioria.

Lá vem o ônibus. Subi. Como sempre: nunca vou sentado. Acho que esses ônibus já saem lotado da garagem. Essas pessoas devem dormir na garagem só com o objetivo de ir sentado até a lagoa.

O cobrador é o de sempre. Lento e sonolento. Coitado. Deve acordar umas três e meia da madruga. No melhor do Sono. Foda é quando sobe alguém que paga em dinheiro... Putz! É uma demora da porra pra poder liberar aquela roleta/catraca/borboleta(como queiram).

É incrível como o busão pára em todas as paradas essa hora do dia. Talvez se eu comprar uma bicicleta chego mais rápido ao Centro, já estou indo de pé mesmo. Porém, cansaria mais. Deixa assim mesmo.

A galera das escolas tá sempre lá atrás, aí na hora de descer com suas bolsas gigantes gera um conflito com minhas costas. Já deveria ter me acostumado, mas é que não ando bem da coluna. Mal da idade.

A medida que se aproxima do Centro, mais gente vai descendo. Ufa! Já vai dando pra respirar.

- Vai pra integração?

Puta que pariu! Todo dia essa tia pergunta isso. Caraca! Ela tá na avenida Camilo de Holanda, onde todos os ônibus que passam vão para a Integração e todos os dias ela pergunta isso. Ela deve ter muito medo de se perder. Tem cara de chata. Caso se perca, aposto que ninguém vai procurar. Nunca mais.

Lagoa. Centro. Minha parada. Vou descer.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Plantão 21 - "Eu fui dar, mamãe"

01h55 - Plantão transcorrendo com pequenas alterações.

Até agora, as duas ocorrências registradas envolviam adolescentes.

As vezes acho que adolescente deveria ser colocado em um colégio interno. Quando completasse 13 anos de vida seria jogado em um colégio interno onde ficaria até os 18, em seguida prestaria serviço militar (no caso dos rapazes) e só depois disso voltaria pra casa.

É uma tal de rebeldia sem causa; um ninguém me ama; ninguém me entende; um tal de querer ser diferente que termina sendo igual a todos os outros...

Já fui adolescente e também já fiz essas 'leseiras' e é por isso que acho que a ideia do colégio interno é válida.

A primeira ocorrência da madruga aconteceu no bairro do Grotão. Uma adolescente chamou a polícia porque apanhou de sua mãe. A figura tem 17 anos. A polícia foi até o local. A 'agredida' esperava pelos policiais no portão de casa. Ela informou à polícia que a mãe a agrediu porque ela foi a uma festa sem permissão. Pera! Uma festa? Em plena terça-feira. Típico de adolescente que não tem o que fazer, neh?!

Enfim, o policial disse pra garota que ela deveria apanhar novamente só pelo fato de ter chamado a polícia pra própria mãe. "CONFLITO RESOLVIDO NO LOCAL."

A segunda ocorrência também envolveu uma 'rebelde'. Ela saiu de casa na manhã desta terça-feira e só voltou durante a  madrugada da quarta. A mãe estava desesperada, claro. A 'menininha', de 16 anos, informou que tinha 'saído' com as amigas. Não sei se essa apanhou. Deveria.

Meu avô me contou uma história, que envolve um adolescente, ocorrida na cidade de Petrolina, no sertão pernambucano. O garoto, muito mimado pela mãe, mas bastante cobrado pelo pai, ameaçava se matar diante de qualquer reclamação do seu progenitor.

Um dia, durante o café da manhã, o pai do adolescente fez uma cobrança mais intensa e o 'rebelde', mais uma vez, ameaçou se matar e correu para se atirar da ponte sobre o Rio São francisco, que liga a cidade de Petrolina-PE a cidade de Juazeiro, na Bahia. A mãe do garoto entrou em desespero e logo pediu para que os colegas de seu filho corressem para segurá-lo. O pai não levantou da cadeira e continuou a tomar seu café da manhã, pois sabia que se tratava de mais um 'drama' do menino.

Os amigos correram atrás do 'suicida' e o encontraram sentado no pára-peito da ponte. Seguraram o garoto, o amarram e o levaram de volta pra casa. O pai logo falou que sabia que ele não teria coragem de se matar e que era tudo 'frescura' para chamar a atenção da mãe.

O garoto, ainda amarrado, respondeu:

- Só não me joguei logo no rio porque tinha tomado café quente.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Dilma, o que é um plebiscito?

Dilma - Alô!
Empregada - Pois não?
Dilma - Chama o Lula por favor.
Empregada - Acho que você ligou errado.
Dilma - Fala que é a Dilma!
Empregada - Oi?
Dilma - Chama o Lula. Diz que é urgente. É a Dilma que tá falando.
Empregada - A presidenta?
Dilma - Sim, mas se ele demorar muito não sei se vou continuar no cargo.
Empregada - Desculpe, presidenta. Vou chamar.
(silêncio)
Lula - Alô!
Dilma - Oi! Lula?
Lula - Oi Dilminha!
Dilma - E aí?
Lula - 'E aí' o quê?
Dilma - O que eu faço?
Lula - Sobre o quê?
Dilma - Como assim 'sobre o quê?' Sobre o que tá acontecendo no país.
Lula - Hum? O quê que tá acontecendo no país?
Dilma - Você tá louco, Lula? Não tá vendo os telejornais?
Lula - Não. Tava vendo o NetGeo.
Dilma - Não tá sabendo das manifestações?
Lula - Manifestações? Não. Onde?
Dilma - Como assim 'onde', Lula? O povo tá na rua. Você não viu nada?
Lula - Ah sei, na Turquia, neh? Vi sim, Dilminha. Que triste, neh?
Dilma - Não é na Turquia, Lula. É aqui.
Lula - Aqui onde, Dilma? Onde você tá?
Dilma - Aqui no Brasil, Lula. Acho impossível você não ter visto nada.
Lula - O povo nas ruas do Brasil? Como assim? Explica isso. Não to sabendo de nada.
Dilma - Como sempre, neh?
Lula - Oi?
Dilma - Nada. É o seguinte: o povo do Brasil inteiro tá na rua fazendo protesto.
Lula - E o que eles querem?
Dilma - Querem tudo. Saúde, educação, segurança, fim da corrupção...
Lula - Fim da corrupção?
Dilma - Sim
Lula - Mas de onde saiu essa ideia, meu Deus? Como começou isso?
Dilma - Bem, eles queriam apenas vinte centavos a menos na passagem do ônibus, mas o Haddad não deu, então...
Lula - Então isso tudo é só por causa de vinte centavos?
Dilma - Não é mais pelos vinte centavos. Tem uma tal de PEC-37 também.
Lula - PEC? O que é PEC?
Dilma - ah! Deixa pra lá! E aí o que eu faço pra conter esse povo?
Lula - Sei lá. Inventa uma Bolsa.
Dilma - Já inventei todas. Não tem mais Bolsas. Até depósito antecipado dessas Bolsas eu já fiz.
Lula - Então não sei. Não sei de nada.
Dilma - Como sempre.
Lula - Oi?
Dilma - Nada.
Lula - E a imprensa?
Dilma - Tá no meu pé. Tá mostrando tudo.
Lula - Vish! Tenta mudar o foco. E a copa?
Dilma - Não deu certo.
Lula - Então inventa outra coisa.
Dilma - Já sei! Vou fazer um plebiscito.
Lula - Boa ideia! Faz isso!
Dilma - Tá certo então. Tchau!
Lula - Pera! Dilma?! Dilma?! Alô! Dilma?! O que é um plebiscito?